Um procedimento raro e inédito em Santa Catarina salvou a vida de um idoso no início deste mês, em Três Barras. O paciente, acamado e com comorbidades, foi diagnosticado com colite pseudomembranosa, uma infecção intestinal grave causada pela bactéria Clostridioides difficile, resistente ao tratamento com antibióticos.
Sem resposta à medicação tradicional, os médicos recorreram a um transplante de microbiota fecal popularmente conhecido como “transplante de fezes”. O material foi doado pela esposa do paciente, após passar por exames e preparo. A técnica foi realizada por colonoscopia no Hospital Félix da Costa Gomes, pelo gastroenterologista Everson Veiga.
“Usamos 50g de fezes diluídas em soro estéril, aplicadas diretamente no intestino grosso”, explicou o médico. O objetivo é repovoar o intestino com bactérias benéficas, combatendo a infecção.
Segundo o clínico André Carvalho, o transplante tem eficácia de até 95% após duas aplicações. A intervenção foi decisiva para reverter o quadro crítico do paciente, que agora se recupera. O caso reforça a importância dessa técnica ainda pouco comum no Brasil.