Uma pesquisa inédita revelou que mulheres pretas são o grupo que mais sofre discriminação por múltiplos fatores no Brasil. Segundo o levantamento Mais Dados Mais Saúde, 72% relataram ter enfrentado preconceito por mais de um motivo, como raça, gênero, aparência física e classe social.
O estudo foi realizado por Vital Strategies e Umane, com apoio da UFPel e do Ministério da Igualdade Racial. No total, 2.458 pessoas foram entrevistadas entre agosto e setembro de 2024. A pesquisa aplicou nacionalmente, pela primeira vez, a Escala de Discriminação Cotidiana, que mede a percepção do preconceito vivido no dia a dia.
Entre os homens pretos, 62,1% também afirmaram sofrer discriminação por múltiplas razões. No geral, 70,9% da população preta apontou mais de um fator para os episódios discriminatórios. A maioria dos entrevistados citou raça, renda, aparência e origem como causas principais.
Os dados reforçam a importância de políticas públicas interseccionais. A consultora Janaína Calu destaca que as experiências contínuas de discriminação afetam diretamente a saúde mental e física da população negra. Para especialistas, o SUS pode ser um aliado no enfrentamento das desigualdades estruturais.Anexar