As exportações de aço da China alcançaram um recorde histórico em 2024, com 118 milhões de toneladas comercializadas, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (27) pela OCDE. O volume ultrapassa até mesmo os picos da crise do aço de 2015-2016, gerando forte reação de países ao redor do mundo.
De acordo com a organização, o aumento acelerado das exportações chinesas, frequentemente a preços abaixo do mercado, provocou uma onda de medidas protecionistas. No ano passado, 19 países abriram 81 investigações antidumping — cinco vezes mais que em 2023 —, sendo que a China foi alvo de mais de um terço dessas ações.
A América do Sul, em especial, registrou aumento de 60% nas importações de aço entre 2020 e 2024, refletindo o redirecionamento das exportações chinesas. Diante disso, países como o Brasil adotaram medidas defensivas, como tarifas setoriais.
A OCDE alerta que, além das barreiras diretas, estratégias de desvio de exportações por países intermediários têm sido utilizadas para burlar restrições. Entre 2013 e 2020, o comércio suspeito de reencaminhamento somou 21,5 milhões de toneladas.
O Brasil manteve sua capacidade produtiva estagnada nos últimos anos, com 50,9 milhões de toneladas por ano, e tem apostado em contenção e defesa comercial para enfrentar a crise.