O mundo registrou em 2025 o pior cenário da história para a liberdade de imprensa, segundo relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Pela primeira vez, a pontuação média global caiu abaixo de 55 pontos, classificando a situação como “difícil”. A principal causa apontada é a pressão econômica sobre os veículos de comunicação, que compromete sua independência editorial.
Enquanto mais de 60% dos países caíram no ranking, o Brasil foi um dos poucos a melhorar. Desde o fim do governo Bolsonaro, o país subiu 47 posições e ocupa hoje o 63º lugar, reflexo de um ambiente menos hostil ao jornalismo. A melhora se deve, em parte, à mudança de postura do governo federal e à valorização do combate à desinformação.
Apesar do avanço, a RSF alerta que o Brasil ainda enfrenta desafios sérios. A violência contra jornalistas e a insegurança para reportagens sensíveis permanecem críticas. Além disso, fora dos grandes centros, profissionais continuam expostos a pressões locais e dificuldades econômicas.
A América Latina concentra alguns dos piores resultados, com destaque negativo para Nicarágua, Cuba e El Salvador. A RSF aponta a ascensão da extrema direita como um fator global que ameaça a liberdade de imprensa, por distorcer o conceito de liberdade de expressão para barrar regulações necessárias.