O governo do presidente Lula nomeou 323 aliados para cargos em conselhos de estatais e empresas privadas nas quais a União tem participação. Esses postos, que rendem remuneração por reuniões periódicas, permitem que os nomes escolhidos recebam até R$ 80 mil por mês. Entre os beneficiados estão ministros, secretários-executivos, assessores do Planalto, dirigentes do PT e ex-parlamentares.
A estratégia do governo tem sido usar esses cargos para agradar aliados políticos e fortalecer a base de apoio. Embora as nomeações sigam a Lei das Estatais e passem por comitês de elegibilidade, críticas surgem quanto à falta de experiência técnica de alguns indicados. Além disso, as remunerações extras geram preocupações sobre o uso desses cargos para complementar salários.
Ministros como Fernando Haddad, Rui Costa e Alexandre Silveira ocupam postos em importantes conselhos, como o da usina Itaipu, e recebem valores consideráveis por suas participações. A estratégia também atinge aliados no Congresso, com cargos em empresas como a PPSA e a Caixa Econômica Federal.
Embora o governo defenda que a pluralidade nos conselhos é essencial, especialistas alertam para a falta de critérios técnicos e a predominância de interesses políticos, o que pode comprometer a eficiência administrativa e a qualidade das decisões estratégicas.