domingo, 22/12/2024

O Sucesso do Campeonato Estadual de Karatê Kenshi-Kai e a Retomada do Kenshi-Dô

O Sucesso do Campeonato Estadual de Karatê Kenshi-Kai e a Retomada do Kenshi-Dô

Com o ginásio lotado, no último dia 07 de dezembro de 2024, o mundo do Karatê Shitô-Ryu Kenshi-Kai celebrou um evento memorável. O campeonato estadual não apenas destacou o talento dos atletas participantes, mas também honrou o legado de grandes mestres e fortaleceu a história desse estilo no Brasil.

Entre as autoridades presentes, destacaram-se personalidades marcantes do Karatê Kenshi-Kai. Sentados à mesa de honra, estavam a Mestre Maria José Pillon Tabosa, a primeira faixa preta formada pelo estilo Kenshi-Kai e hoje diretora técnica da Federação, e o Mestre Adriano Oliveira, professor da Associação Oliveira e também diretor técnico da Federação. Suas contribuições ao crescimento e à excelência do estilo são amplamente reconhecidas.

O Que É o Kenshi-Kai?

O Karatê Kenshi-Kai é muito mais do que uma arte marcial; é uma filosofia de vida. Baseia-se na união de forças complementares: “Ken”, que representa a força física; “Shi”, a força interior; e “Kai”, que simboliza a união. Esse conceito traduz a essência do estilo: a integração do corpo, mente e espírito para promover o equilíbrio e a harmonia.

Praticado como um karatê de contato, o Kenshi-Kai exige de seus atletas um super condicionamento físico, alcançado por meio de treinos intensos e disciplina contínua. Mais do que preparar lutadores, o objetivo do estilo é promover saúde física e mental, além de incentivar o desenvolvimento intelectual e ético. O Mestre Sérgio Baptista Tabosa (in memoriam), cofundador do Kenshi-Dô, sempre destacou a importância do estudo, da ética e da justiça como pilares fundamentais. Este legado, hoje liderado por seu filho Mário Sérgio Tabosa.

O Que É o Kenshi-Dô?

O Kenshi-Dô é uma modalidade complementar ao Karatê Kenshi-Kai, idealizada e sistematizada pelo Mestre Sérgio Baptista Tabosa (in memoriam), em colaboração com o Mestre Yoshinori Okumoto. Essa modalidade foi concebida com o objetivo de transformar os praticantes do Karatê Kenshi-Kai em lutadores completos, unindo técnicas de diferentes artes marciais em um único sistema.

O Kenshi-Dô combina táticas de combate em pé, características do Karatê, com projeções semelhantes ao Judô e técnicas de imobilização e finalização inspiradas no Jiu-Jitsu. Essa integração torna o Kenshi-Dô uma prática única, que não apenas aprimora as habilidades físicas, mas também ensina estratégia e controle em diversas situações de combate.

Com regras específicas, o Kenshi-Dô busca equilibrar as habilidades dos atletas, oferecendo uma experiência de luta que reflete os desafios de um combate real. A ideia central é preparar o lutador para situações que exijam tanto força e precisão em pé quanto domínio técnico no solo.

Após alcançar grande popularidade nos anos 2000, o Kenshi-Dô voltou a integrar a programação competitiva, sendo um dos momentos mais esperados desta edição do campeonato. A inclusão das lutas de Kenshi-Dô levou o público ao delírio, com demonstrações impressionantes de técnica, agilidade e estratégia. Sua retomada reforça a missão do Karatê Kenshi-Kai de formar atletas versáteis, capazes de enfrentar qualquer adversário com coragem, disciplina e domínio técnico.

A Emoção das Competições

As competições foram um espetáculo à parte. O Kumite, com seu combate intenso e estratégico, mostrou o alto nível técnico dos atletas. Já o Kata, que significa “forma” ou “sequência”, encantou o público com apresentações de movimentos técnicos e precisos que simulam um combate contra adversários imaginários. Essa prática exige concentração e disciplina, qualidades demonstradas pelos competidores.

O ponto alto do evento, no entanto, foi a volta das lutas de Kenshi-Dô. Combinando golpes rápidos, projeções e estratégias de solo, os atletas se destacaram como verdadeiros lutadores completos, arrancando aplausos entusiasmados da plateia.

A Inclusão no Esporte: Categoria Inclusiva no Karatê Kenshi-Kai

O destaque pela busca de inclusão no esporte foi um dos momentos mais emocionantes deste campeonato. Entre as competições, a categoria inclusiva trouxe ao tatame dois atletas incríveis que demonstraram coragem, disciplina e técnica: Marcelo, faixa amarela da Academia Tabosa, e Luis, faixa laranja da Associação Scorpions. Ambos são atletas diagnosticados com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e encantaram o público com uma luta repleta de dedicação e superação.

A criação da categoria inclusiva reflete o compromisso do Karatê Kenshi-Kai em promover um esporte acessível e igualitário. O objetivo é reconhecer e valorizar as habilidades de todos os praticantes, independentemente de suas particularidades, e criar um ambiente que favoreça o respeito e a igualdade.

Essa iniciativa reforça que o Karatê não é apenas sobre força ou técnica, mas também sobre inclusão, respeito às diferenças e desenvolvimento humano. O esporte se torna uma ferramenta poderosa para construir autoestima, disciplina e integração social, destacando que todos têm um lugar no tatame e que suas conquistas são igualmente significativas.

Um Evento Repleto de História e Memória

A atmosfera do evento foi enriquecida pela presença de mestres que ajudaram a construir o legado do Karatê Kenshi-Kai. Entre eles, o Mestre Arizé Wagner Benites, um dos alunos da academia Tabosa que é sede da Federação, que atualmente representa a Academia Benites de Karatê Kenshi-Kai. O presidente da Federação, Mestre Hudson Faque Borges, realizou a abertura oficial do campeonato, destacando a importância histórica desta edição.

No hall de entrada, uma exposição emocionou o público com registros históricos, incluindo quadros em homenagem ao Mestre Sérgio Tabosa (in memoriam), destacando sua importância como cofundador do Kenshi-Dô e referência do Karatê Kenshi-Kai no Brasil.

Classificação por Equipes

O campeonato foi marcado por uma competição acirrada entre as equipes. O quadro de medalhas ficou assim:

  1. Academia Tabosa: 23 ouros, 16 pratas, 6 bronzes = 107 pontos
  2. Academia Gakko Campo Grande: 12 ouros, 14 pratas, 3 bronzes = 67 pontos
  3. Dojô Ponta Porã: 12 ouros, 9 pratas, 5 bronzes = 59 pontos

Parabéns a todas as equipes pelo empenho e dedicação demonstrados!

Apoios e Reconhecimento

O sucesso deste evento foi possível graças ao apoio inestimável de nossos patrocinadores: Círculo Militar de Campo Grande, Imobiliária Formato, Editora Oeste, Grupo CCOR & Celso Tabosa. Também agradecemos a todas as academias participantes, professores e mestres que contribuíram para que esta edição fosse um marco na história do Karatê Kenshi-Kai.

Segundo os participantes e críticos, esta edição foi uma das mais bem organizadas e emocionantes já realizadas. A qualidade técnica dos atletas, a volta do Kenshi-Dô e a celebração do legado do estilo marcaram este evento como um verdadeiro sucesso.

O Karatê Kenshi-Kai segue sua trajetória de evolução e inovação, mantendo vivo o legado de seus mestres e inspirando novas gerações a se tornarem lutadores completos, dentro e fora dos tatames.

Oss!

Por Thiago Caboclo Pereira
4º Dan – Vice-presidente da F.K.K.MS

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