A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou ao governo federal uma proposta para o Plano Safra 2025/26 com pedido de aumento de 25% nos recursos, totalizando R$ 594 bilhões. A entidade, porém, alerta que mais importante que ampliar o montante é garantir a efetiva liberação dos valores aos produtores rurais.
O pedido da CNA foi baseado em consultas às federações estaduais do setor. A entidade expressa preocupação com o impacto da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano — o maior nível desde 2016 —, sobre o crédito rural. Isso torna os financiamentos mais caros e dificulta o acesso ao crédito.
No documento enviado ao governo, a CNA defende que o volume anunciado esteja alinhado à capacidade do Tesouro de equalizar os juros e à real disponibilidade das instituições financeiras. A confederação lembra que em fevereiro deste ano as operações equalizadas do Plano Safra foram suspensas por falta de subvenção, e apenas 58% dos R$ 133 bilhões previstos para 2024/25 haviam sido liberados até então.
A proposta inclui R$ 103 bilhões destinados à agricultura familiar e reforço de R$ 4 bilhões para o seguro rural. A CNA também pede prioridade no financiamento para pequenos e médios produtores. “Não adianta anunciar números grandiosos se os recursos não chegam ao campo com agilidade e continuidade”, destaca o texto da entidade.