A Câmara Municipal instaurou, na sessão ordinária desta terça-feira (02), a Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização para investigar as aplicações financeiras realizadas pelo Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) no Banco Master, instituição que sofreu liquidação extrajudicial após denúncia de irregularidades e indícios de gestão fraudulenta. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) foi indicada para compor o grupo, criado por decisão do presidente da Casa, vereador Epaminondas Neto (Papy).
A criação da comissão ocorre após sucessivas cobranças da vereadora Luiza por transparência e responsabilização quanto ao uso dos recursos previdenciários dos servidores municipais. Na última sexta-feira (28), a partir de uma provocação feita pela parlamentar, representantes do IMPCG estiveram na Câmara para prestar esclarecimentos. Durante a reunião, o diretor-presidente do Instituto, Marcos Tabosa, informou que o órgão deve acionar ainda nesta semana a Justiça Federal para buscar a recuperação dos valores investidos — que totalizam aproximadamente R$ 1,4 milhão, já considerando os juros que deveriam ter sido pagos.
Além de Luiza, participam da comissão os vereadores Maicon Nogueira, Professor Juari, Marquinhos Trad, Jean Ferreira, Beto Avelar, Wilson Lands, Herculano Borges e Neto Santos, que atuarão em conjunto na análise técnica e política do caso.
Os vereadores solicitaram também a documentação completa que embasou a decisão de aplicar o recurso no Banco Master, mesmo diante de sinais públicos de risco. O compromisso firmado com a direção do IMPCG é que o material seja entregue ao Legislativo até o dia 10 de dezembro. A comissão acompanhará, além do caso específico do Banco Master, outras aplicações financeiras realizadas pelo Instituto e o andamento da ação judicial.
Para Luiza Ribeiro, o trabalho do grupo é fundamental para garantir transparência e proteger o patrimônio previdenciário dos servidores.
“Estamos falando do dinheiro que assegura aposentadorias e o futuro dos trabalhadores da nossa cidade. A Câmara não pode fechar os olhos. Fiscalizar é nosso dever, e essa comissão é um passo importante para que a verdade venha à tona”, afirmou.
A vereadora reforça que o acompanhamento será contínuo e exigirá respostas completas e documentadas.
“Queremos documentos, não apenas explicações. A sociedade tem o direito de saber como essa decisão foi tomada, quais critérios foram usados e o que será feito daqui para frente. Não descansaremos até que tudo esteja esclarecido”, completou.
