A Organização Mundial da Saúde (OMS) quer transformar o Brasil no fornecedor internacional de vacinas contra a dengue. É isso o que o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom veio discutir no último dia 05/02 no país em reunião com o presidente Lula e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em busca de uma parceria. Segundo uma nota do Palácio do Planalto, Adhanom sugeriu que o Brasil poderia ser fornecedor da vacina contra dengue por meio do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Ministério da Saúde também pretende desenvolver uma parceria com a empresa produtora da vacina Qdenga (Takeda), Butantan e Fiocruz, para transferência da tecnologia do imunizante, a fim de ampliar a produção das doses. É uma estratégia que já aconteceu antes, durante a pandemia de covid-19, com a parceria entre o Butantan e a chinesa Sinovac, e entre a Fiocruz e a AstraZeneca.
Na reunião, Adhanom também anunciou que a OMS pretende apoiar o Brasil na eliminação de doenças como tuberculose, hanseníase, doença de Chagas e HIV. Por enquanto, a Qdenga é a única vacina da dengue a ser distribuída no Brasil, já que a do Butantan segue em estudos. A Takeda pretende priorizar o SUS e não venderá o imunizante para clínicas privadas, e está prevista uma entrega de 6,6 milhões de doses para o ano de 2024 e mais 9 milhões de doses para o ano de 2025.
Com uma fórmula, que apresenta uma eficácia de 80,2%, e testada em mais de 28 mil voluntários, a vacina se mostrou segura tanto no público pediátrico (crianças com mais de 4 anos e adolescentes) quando no adulto (pessoas com até 60 anos), mas ainda não será aplicada em idosos. Já a fórmula produzida pelo Butantan, foi testada em mais de 16 mil voluntários, e comprovou sua eficácia com apenas uma dose. Embora ela ainda deva passar por mais uns testes, a previsão é que o instituto consiga a autorização de liberação da Anvisa no início de 2025.