Cinco bandas que representam diferentes gerações e estilos da cena autoral sul-mato-grossense estão escaladas para a 7ª edição do Festival Cerrado Alternativo, que será realizada em 15 de agosto, a partir das 20h30, no Buteco do Miau, em Campo Grande. O evento conta com entrada a R$ 15, valor dividido integralmente entre as bandas, e traz ao palco Fogachos, Impossíveis, A Pedrada, Maestro Lang & A Cozinha Sinfônica e Os Alquimistas.
Criado em 2024, o festival é uma iniciativa independente liderada pelo músico e produtor Sem Fabios. “Há falta de espaços para que os músicos autorais alternativos se apresentem na Capital e por isso é que o Cerrado Alternativo existe. A distribuição do dinheiro arrecadado na portaria é uma forma de fortalecer o trabalho desses músicos. Além disso, o festival proporciona material de imprensa para portfólio artístico”.
A produtora Karla Velasco reforça o caráter colaborativo do evento: “São profissionais que se unem para fortalecer a cena da música autoral pelo fato de acreditarem na potência dos nossos músicos alternativos. Desde o fotógrafo, que fornece material gratuito, ao designer, que cria as artes com carinho, personalizando de acordo com a proposta de cada edição, o trabalho de cada um é essencial para não deixar esse rolê morrer”.
As bandas
Com mais de três décadas de estrada, a lendária banda Impossíveis segue fiel às raízes do punk rock. Formada em 1993, o grupo aposta no som cru e direto, influenciado pelos Ramones. Seu trabalho mais recente, o álbum De Volta à 93, está disponível nas plataformas digitais. “Quando começamos, o cenário musical autoral era bastante complicado porque o público só curtia rock e metal. Mesmo assim, continuamos na ativa e eu vejo esse movimento com muita felicidade e alegria e acredito que pode ultrapassar as fronteiras”, afirma o vocalista Cebola. Completam a formação Sego (guitarra), Amaury (baixo) e Fabiano (bateria). @impossiveis
A banda Fogachos, formada em 2017 pelos irmãos Vinicius e André Bueno, mistura rockabilly, ska e punk rock, com letras que retratam o cotidiano urbano e frenético. Já lançou diversos singles nas plataformas, como “Nicotina Delirante”, “Surfista do Cerrado” e “Delação Premiada”. “Nos sentimos mais vivos com nossas músicas próprias porque assim colocamos pra fora nossas angústias e o estresse da rotina tediosa do dia a dia moderno. O Cerrado Alternativo é um catalisador pra divulgar nossas ideias e músicas”, conta André, guitarrista do grupo. @fogachos
Com seu humor ácido e crônicas noturnas campo-grandenses, o músico Maestro Lang comanda o projeto Maestro Lang & A Cozinha Sinfônica, que mescla punk, blues e rock em uma performance carregada de teatralidade e energia. Após o lançamento do EP A Geladeira Quebrou (2021), com faixas como “Alto” e “Não Sei”, Lang prepara o novo álbum Baby, me espera na esquina, previsto para este ano. “Acredito que esse festival é importante pro cenário musical autoral underground como ferramenta para poder entregar nossa arte e nosso trabalho para um público novo e para os fiéis fãs dos primórdios”, afirma. @maestrolang
Os Alquimistas surgiram em 2013 e acumulam passagens por importantes premiações nacionais, como o Prêmio Gabriel Thomaz, em que concorreram com a faixa “Cara Bacana” na categoria “Hit do Ano”, e o Prêmio Dynamite de Música Independente, como “Revelação”. O grupo — formado por Leotta (piano, órgão e voz), Perim (baixo e voz) e Boloro (bateria e voz) — aposta em uma sonoridade de garagem com letras ácidas e instrumentação vintage. “O festival é importante porque garante a oportunidade de as bandas mais novas mostrarem seu som. Não são todos os bares que abrem as portas, principalmente pra bandas autorais”, diz Boloro. @osalquimistasoficial
Fechando o time, A Pedrada traz sua pegada visceral, misturando peso e lirismo com influências do rock nacional e internacional. Nome presente em diversos palcos da cena alternativa de Campo Grande, a banda reforça o caráter coletivo e contestador do Cerrado 7.0. É formada pelos músicos Louis Stanley no baixo e vocal, Evanildo Chamorro na guitarra e Samuel na bateria.