Na manhã desta segunda-feira (24), foi realizado o seminário “Saúde Mental na Educação”, promovido pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e da Coordenadoria Municipal de Psicologia e Assistência Educacional (CPAE).
Com o tema central “De bem com a vida: promovendo saúde mental e bem-estar no serviço público”, o evento reuniu cerca de 250 profissionais, incluindo diretores da Rede Municipal de Ensino (REME), gestores e técnicos da SEMED, cursistas do curso de Saúde Mental na Educação e servidores da CPAE. O principal objetivo foi fortalecer o diálogo sobre práticas de cuidado, prevenção e promoção da saúde mental, ampliando estratégias que contribuam para ambientes de trabalho e escolares mais saudáveis, acolhedores e produtivos.
Ao abrir o seminário, o gestor da CPAE, Roberto Santana dos Santos, expressou sua gratidão e destacou a importância da iniciativa.
“A Coordenadoria Municipal de Psicologia e Assistência Educacional tem como missão cuidar da saúde emocional dos estudantes da Rede Municipal de Ensino. Agradeço pela parceria bem-sucedida, incluindo o projeto que acreditou neste seminário sobre Saúde Mental”, disse ele, agradecendo o apoio do secretário de Educação, Lucas Bitencourt, da professora Maria Lúcia e da psicopedagoga Franciele Cristino.
Roberto destacou a urgência do tema, citando dados alarmantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que apontam o aumento de transtornos mentais. “O bem-estar individual, considerando a teoria tricotômica — corpo, alma e espírito — não depende apenas de um único aspecto. Por isso, o cuidado, especialmente na saúde mental, é necessário para que a vida esteja alicerçada nessa base triangular de cuidado”, reafirmou o gestor, citando que o trabalho da rede é resultado de um esforço coletivo de profissionais dedicados.
O secretário Municipal de Educação, professor Lucas Henrique Bittencourt, refletiu sobre o ano de 2025 e o propósito da educação. “Faltam exatamente três semanas, 15 dias, para finalizarmos este ano letivo, e tenho certeza de que, ao olharmos para esse período, veremos um momento de muito aprendizado. Qual é o propósito do educador? Ensinar seria a palavra que eu diria. E o que é ensinar? Ensinar é quando tenho a autonomia e a liberdade de aprender e ensinar, por isso chamamos o processo de ensino e aprendizagem o tempo todo”, disse Bitencourt, parabenizando a CPAE pelo trabalho e desejando que o propósito de aprender e ensinar continue a guiar a equipe.
A palestra central foi conduzida pela doutora Eliane Grace, psicóloga com doutorado em Educação. Em sua fala, a Dra. Grace enfatizou a dimensão e a complexidade do cargo de diretor escolar, que envolve conhecimentos administrativos, pedagógicos, emocionais, sociais e comunitários.
Segundo a Dra. Eliane, o objetivo da palestra é compreender os desafios emocionais do cargo, identificar sinais de alerta e refletir sobre uma cultura de bem-estar. “O diretor é uma figura importante tanto para o aluno que estuda naquela escola quanto para a comunidade. Eles são âncoras emocionais nas escolas, e a pergunta a ser feita é: ele cuida de tudo isso, e quem cuida desse diretor?”, questionou antes de iniciar a palestra.

O evento contou com a participação de profissionais que reconheceram a relevância do tema para suas rotinas. Elza Horácio Guimarães, servidora da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), alocada na DCF (Divisão de Controle Funcional), ressaltou a importância do seminário para sua área. “Sou dos Recursos Humanos e acho que é uma parte bastante difícil, porque envolve o emocional, a família. Achei muito importante para poder lidar melhor com as situações adversas dentro do RH. O olhar da SEMED sobre a saúde mental é de suma importância”.
Davi Avelino Alves, diretor da Escola Municipal Professor Arlindo de Andrade Gomes, concordou, enfatizando o impacto da formação, especialmente no contexto pós-pandemia. “Isso impacta, sim, principalmente depois da pandemia. As relações emocionais ficaram um pouco mais complicadas, de todas as formas. A sobrecarga emocional do cargo é grande, principalmente em uma escola, localizada em uma periferia, onde as demandas por auxílio emocional junto às famílias são grandes. Por isso, o cuidado pessoal é essencial. Eu sou uma pessoa que já trabalha com minha própria saúde mental há muito tempo. Faço terapia, justamente para auxiliar nesse meu trabalho. Se a gente não cuidar da nossa saúde, não conseguimos auxiliar o próximo”, concluiu Davi.
