Após um ano à frente da presidência da Argentina, Javier Milei mantém sua popularidade em alta, sustentada pela queda significativa da inflação e por sua postura antissistema. Desde que assumiu o cargo, o índice de inflação caiu de 25,5% em dezembro para 2,7% em outubro, fator que contribui para sua aprovação. No entanto, analistas destacam que o apoio a Milei também se deve ao sucesso em manter uma imagem de ruptura com o passado, marcado pela ineficácia da velha política.
Milei tem cultivado uma base de apoio focada na rejeição ao que ele chama de “casta” política. Além de promover uma série de mudanças no governo, com cerca de 100 substituições no primeiro ano. Esse movimento reforça sua imagem de transformação e eficácia. A popularidade do presidente, que varia entre 42% e 56%, é atribuída a seus resultados econômicos, apesar das críticas em relação à transparência e questões sociais.
Na política externa, Milei tem se alinhado com potências como os Estados Unidos e Israel, mas suas ações, como o confronto com o governo espanhol e a postura contra a Agenda 2030 da ONU, geraram controvérsias. Mesmo com uma retórica radical, o governo tem mostrado pragmatismo, equilibrando suas decisões de acordo com interesses econômicos e alianças globais.
Internamente, o presidente segue uma linha agressiva contra o kirchnerismo e outros aspectos da política tradicional, promovendo uma “batalha cultural”. Contudo, os analistas alertam que, apesar do apoio popular, o futuro político de Milei ainda depende da resistência do esquema econômico e da evolução do cenário internacional.