terça-feira, 20/05/2025

Antecipar para se endividar? Juros altos tornam restituição e 13º um mau negócio

“É inadmissível que, em um momento de vulnerabilidade, o sistema bancário siga explorando os mais necessitados”, critica Inês Santiago, presidente da FCDL-MS

A possibilidade de antecipar a restituição do Imposto de Renda e o 13º salário, amplamente divulgada por instituições financeiras neste início de ano, pode se transformar em uma armadilha para o trabalhador brasileiro. Com juros que chegam a 5,73% ao mês, a operação, que muitas vezes é apresentada como uma vantagem, representa na prática um empréstimo com custo elevado e que exige atenção redobrada.

A antecipação de um valor de R$ 1.280, com quitação prevista em cinco meses, por exemplo, pode gerar acréscimo de mais de R$ 200 em juros. Já em casos envolvendo o 13º salário, o custo pode ser ainda mais expressivo: um adiantamento de pouco mais de R$ 4 mil pode resultar em uma dívida final superior a R$ 6,2 mil — um aumento de mais de 50% sobre o valor inicialmente solicitado.

Para a FCDL-MS, esse cenário evidencia mais uma vez o desequilíbrio na oferta de crédito no país. Em vez de fomentar medidas que fortaleçam o poder de compra da população e o consumo consciente, o sistema bancário se apoia em operações de alto custo que penalizam justamente quem está em maior vulnerabilidade financeira.

“Inadmissível que, em um momento de vulnerabilidade financeira para tantos brasileiros, o sistema bancário continue a explorar impunemente os mais necessitados com taxas de juros exorbitantes. Essa prática irá aprisionar ainda mais os trabalhadores em um ciclo de endividamento. Precisamos de políticas públicas que promovam o acesso ao crédito justo para aqueles que já lutam com muita dificuldade para sobreviver”, afirma a presidente da FCDL-MS, Inês Santiago.

A Federação defende políticas públicas que promovam a educação financeira e facilitem o acesso a linhas de crédito mais justas, especialmente para as camadas que mais movimentam a economia. A solução para o consumo responsável não pode continuar recaindo unicamente sobre quem paga a conta todos os meses.

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