Ouvidoria da CPI do Transporte registra mais de 360 denúncias de usuários insatisfeitos
Campo Grande, MS – O vereador Dr. Lívio, responsável pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande, apresentou na manhã desta segunda-feira (14) o relatório de atividades da Ouvidoria da CPI, que recebeu um número significativo de denúncias de usuários do transporte público durante o período de 25 de março a 14 de abril de 2025.
Ao todo, foram registradas 368 denúncias, um reflexo claro da crescente preocupação da população com a qualidade do transporte coletivo na cidade. A maior parte das queixas foi recebida por meio do WhatsApp, com 307 mensagens, mas também houve o preenchimento de 32 formulários online, 26 e-mails, 2 ligações telefônicas e uma denúncia presencial.
Principais Problemas Identificados
Entre as reclamações mais recorrentes, Dr. Lívio destacou os seguintes problemas que afetam o dia a dia dos passageiros:
1. Superlotação: Muitos ônibus operam com capacidade acima do limite, especialmente nas linhas 080 (Jardim Seminário) e 109, gerando desconforto e riscos à segurança dos passageiros.
2. Atrasos e Irregularidades nos Horários: As linhas, como a 520, frequentemente não cumprem os horários estabelecidos, prejudicando a rotina dos trabalhadores, estudantes e demais usuários do sistema.
3. Má Conservação da Frota: Diversos veículos estão em condições precárias, com problemas como goteiras, bancos soltos, janelas quebradas e elevadores defeituosos, afetando diretamente a segurança e o conforto dos passageiros.
4. Falta de Ônibus: A insuficiência de veículos disponíveis, como nos bairros Caiobá e Zé Pereira, provoca longos intervalos de espera e dificulta o deslocamento dos cidadãos.
5. Descaso com Pessoas com Deficiência: A falta de acessibilidade é uma preocupação constante, com exemplos de elevadores quebrados e falhas no sinal sonoro para deficientes, o que exclui pessoas com deficiência do acesso ao transporte público.
6. Falta de Fiscalização: A ausência de controle efetivo nos terminais e pontos de ônibus resulta em caos nos embarques e desrespeito às regras de trânsito.
7.Altos Preços das Passagens: Com a tarifa a R$ 4,95, a população denuncia a disparidade entre o preço cobrado e a qualidade do serviço oferecido, gerando insatisfação generalizada.
8.Condições Precárias nos Terminais: A infraestrutura dos terminais está deteriorada, com problemas como goteiras e banheiros sujos, expondo os usuários a condições inadequadas.
9. Falta de Ar-Condicionado: Muitos ônibus não possuem climatização, o que se torna insuportável especialmente nos dias quentes e chuvosos, prejudicando o bem-estar dos passageiros.
10. Monopólio do Consórcio Guaicurus: Críticas foram feitas ao modelo de consórcio, com alegações de falta de concorrência, frota sucateada e superfaturamento em contratos, o que compromete a qualidade do serviço prestado.
Um Sistema em Crise
O relatório apresentado por Dr. Lívio é claro: o sistema de transporte público de Campo Grande atravessa uma crise profunda, com falhas estruturais graves e um atendimento aquém das necessidades da população. O vereador destacou a urgência de ações por parte das autoridades competentes, como a renovação da frota, a ampliação da fiscalização e a melhoria das condições de acessibilidade.
“A situação atual do transporte coletivo é insustentável. Precisamos de soluções imediatas para garantir a qualidade de vida dos cidadãos de Campo Grande”, afirmou Dr. Lívio. Ele também enfatizou que a CPI continuará acompanhando a evolução das demandas e pressionando por medidas eficazes.
Canais de Denúncia
A Ouvidoria da CPI segue aberta para novas denúncias. Os cidadãos podem utilizar os seguintes canais para registrar suas queixas:
- Telefone: 3316-1514
- Formulário Online: Disponível no site da Câmara Municipal
- E-mail: cpidotransporte@camara.gov.br
Com a participação ativa da população, a CPI do Transporte busca promover melhorias substanciais no transporte público de Campo Grande, tornando-o mais eficiente, acessível e seguro para todos.