Há nove anos, o projeto Xadrez que Liberta tem transformado a vida de reeducandas no Estabelecimento Penal Feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá. A iniciativa, realizada em parceria com a Agepen, o professor de Xadrez Augusto Samaniego e o juiz Idail Toni Filho, tem como objetivo aprimorar o raciocínio lógico, a memória e a concentração das internas, além de promover disciplina, autoestima e respeito às regras.
Atualmente, 16 mulheres participam do projeto, divididas em duas turmas, com aulas às quartas e quintas-feiras. Mais do que um passatempo, o xadrez tem se mostrado um suporte pedagógico valioso, ajudando no desenvolvimento de habilidades como solução de problemas e planejamento de projetos de vida. Segundo a diretora do presídio, Lucélia Mendonca Rivero, a prática tem reflexos positivos no comportamento das internas, promovendo um ambiente mais disciplinado.
As participantes destacam que o xadrez vai além de um simples jogo. Para Astéria Mamane Encinas, 41 anos, ele ensina paciência e sabedoria, enquanto para Daniela Delmondes, 30, proporciona uma sensação de superação. Cibelle Samaniego, 28, vê no xadrez uma forma de fortalecer a autoestima e a autoconfiança, preparando-se para superar barreiras ao reintegrar-se à sociedade.
Além de seus benefícios intelectuais e comportamentais, a prática oferece redução de pena, com 10 dias de remição a cada ano de participação. O projeto também reforça a importância do esporte e da educação como ferramentas de ressocialização e inclusão, demonstrando que, como no xadrez, cada movimento tem um impacto significativo no futuro das participantes.