Mato Grosso do Sul se destaca no cenário nacional ao registrar 203 transplantes até setembro de 2023. O órgão mais transplantado no estado é o rim, com 25 cirurgias nos nove primeiros meses do ano. A córnea, que é um tecido, corresponde a 177 operações no período. No país, número de transplantes de órgãos é o maior em dez anos.
A lista de potenciais doadores oficialmente registrados no estado diminuiu 10,6%. Saiu de 179 entre janeiro e setembro de 2022 para 160 no mesmo período de 2023. No país como um todo, houve crescimento de 5,6%, de 9.943 para 10.495.
DOADORES
A formulação de estratégias que aumentem a oferta de órgãos e tecidos para transplantes e, consequentemente, reduzam o tempo de espera dos pacientes vem surtindo efeito no país. Em 2023, o resultado foi o melhor dos últimos dez anos: entre janeiro e setembro, 6.766 transplantes de órgãos foram realizados em todo o Brasil, enquanto no ano anterior foram 6.055 no mesmo período.
O número de doadores aumentou. De janeiro a setembro do ano passado, 3.060 doações se efetivaram, 17% a mais em comparação com 2022, que totalizou 2.604. As informações referentes a 2023 são preliminares e estão sujeitas a alterações.
LISTA DE ESPERA
O Ministério da Saúde gerencia a lista de espera por transplantes no Brasil e divulga dados atualizados diariamente. Atualmente, mais de 41 mil pessoas aguardam por um órgão. Dessas, mais de 38 mil aguardam transplante de rim. Cerca de 420 pessoas aguardam por um coração na fila do transplante atualmente.
INCREMENTO FINANCEIRO
Em setembro de 2023, o Programa de Incremento Financeiro para o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) foi instituído com o objetivo de estimular o aumento da capacidade assistencial de transplantes atendendo a demanda da população, unindo o volume da atividade à qualidade da assistência. O STN integra as secretarias de saúde de todos os estados e municípios, em uma estrutura coordenada para centralizar a notificação de doações, captações e logística adequada dos órgãos e tecidos disponibilizados para transplantes.
LEGISLAÇÃO
A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento é permitida pela Lei nº 9434/1997, de fevereiro de 1997, regulamentada pelo Decreto nº 9175/2017 de outubro de 2017. Os critérios que organizam a fila da transplante de órgãos são estabelecidos na Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017, que aprovou o Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes. É por meio dessa regulação que o STN não permite nem privilégios, nem intervenções externas na fila de transplantes, bem como institui sua auditoria.
CONSCIENTIZAÇÃO E INCENTIVO
O Presidente Lula sancionou, em novembro de 2023, a lei que institui a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e ao Transplante de Órgãos e Tecidos. O objetivo é chamar a atenção para a relevância das doações e promover a discussão e o esclarecimento científico para desmistificar questões que envolvem o tema.
A política prevê investimentos em programas de formação continuada para gestores e profissionais da saúde e da educação que contemplem a doação de órgãos. No âmbito educacional, será inserida uma semana de atividades no calendário escolar, em setembro, para a conscientização sobre o assunto.
NOVOS SERVIÇOS
O Governo Federal mais que dobrou as autorizações para novos serviços de transplante, que passaram de 31 em 2022 para 64 em 2023 – aumento de 106%. Ao todo, o Brasil tem 1.198 serviços credenciados para esse tipo de cirurgia. Entre as autorizações de novos serviços em 2023, estão 17 centros credenciados para transplante de medula óssea, 14 para córnea/esclera, 10 para rim, 7 para fígado, 5 para procedimentos musculoesqueléticos, duas unidades para coração, duas para pâncreas, duas para rim/pâncreas conjugados, duas para pele, duas para valva cardíaca, além de um centro para transplante de pulmão. As cinco regiões brasileiras foram contempladas.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República