O Ministério da Educação (MEC) tem superestimado o número de escolas públicas com internet adequada, segundo apuração do Estadão. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação revelam que, enquanto o medidor oficial aponta que apenas 49,2% das unidades cumprem os parâmetros mínimos de velocidade, o MEC afirma que esse índice é de 60%.
A diferença se dá porque o ministério ignora medições oficiais em escolas com conexão ruim, preferindo considerar dados autodeclarados por gestores e secretarias estaduais. Um exemplo é o Centro Educacional Irmã Maria Regina Velanes Regis, no DF, onde a internet é precária, mas classificada como “adequada” pelo MEC.
Ao todo, mais de 15 mil escolas com conexão insuficiente foram classificadas como satisfatórias. O governo argumenta que o uso de múltiplas fontes é necessário diante de dificuldades técnicas no uso do medidor oficial. No entanto, especialistas apontam desarticulação e falta de compromisso político com a conectividade escolar.
A promessa do presidente Lula é conectar 100% das escolas até 2026. O programa prevê investimentos de R$ 8,8 bilhões, mas a qualidade do acesso continua sendo um desafio central.